1. «Evangelizar não é para mim um título de glória, mas uma necessidade que se me impõe desde fora. Ai de mim se não evangelizar!», confessa Paulo à comunidade cristã de Corinto (1 Coríntios 9,16).
2. Paulo anuncia convictamente a notícia da Ressurreição. E diz que o faz como se de uma necessidade se tratasse. Mas porque é que este anúncio há-de ser, para Paulo, uma necessidade? É uma necessidade porque Paulo considera o acontecimento da Páscoa de Cristo como único, singular e universal, que o afectou radicalmente na sua maneira de ser homem. A prova é que Paulo mudou tudo na sua vida. Mudou, ou foi mudado. É por isso que Paulo anuncia convictamente a força (dýnamis) de Cristo Crucificado e Ressuscitado (Filipenses 3,10).
3. Mas é claro que este anúncio sempre Primeiro arrasta consigo um longo e lento e belo relato. O relato é o testemunho de como Cristo atravessou a vida do anunciador, transformando-a radicalmente. O anunciador transforma-se assim naturalmente em narrador. O anunciador é audaz e destemido. O narrador é frágil: é um pedinte que mendiga um narratário a quem possa transmitir o seu relato. Ouvindo o anúncio e acolhendo o relato, cabe agora ao narratário decidir se declara o acontecimento da Páscoa de Cristo como único, singular e universal, isto é, como um acontecimento capaz de mudar radicalmente a sua vida e de pôr em andamento uma história nova de Perdão e de Vida para o fim de toda a morte e de todo o pecado. Se o fizer, também ele se porá a caminho, atravessará fronteiras, anunciará a Ressurreição de Cristo e oferecerá como garante o relato da transformação operada na sua própria vida. E assim sucessivamente.
4. A notícia faz de ponto de união: junta o mensageiro e o destinatário. Mas é o relato que os aproxima, fazendo-os, não só estar juntos, mas nascer juntos como irmãos. Este nascimento, não pelo sangue, mas pela Liberdade, é que é o verdadeiro nascimento, que nos faz saborear a verdadeira fraternidade: «Ide dizer aos meus irmãos que Eu os precedo na Galileia» (Mateus 28,10; cf. João 20,17). Irmãos uns dos outros e irmãos do Ressuscitado, que nos precede e nos preside sempre, referência permanente do nosso quotidiano: «Onde estiverem dois ou três, Eu estarei no meio» (Mateus 18,20).
5. Enche a tua vida com uma grande notícia. Comunica depois essa notícia aos teus amigos. E relata, isto é, põe em relação, une, reúne, enlaça, entrelaça, com essa notícia a tua vida toda.
6. Em Setembro abre a escola, a igreja, o campo, abre a política e o tribunal. Abre também a vida, meu irmão de Setembro.
António Couto
A mensagem é radical, profunda, apelativa, contagiante, inflama o coração, rasga a vida …
Tal qual o exemplo único de Vida, de Morte para a Vida, que Jesus Cristo nos deixou, para sempre depositado em nosso coração, gravado em nossa memória de cristão.
Mas, a sociedade de hoje anda surda, perdida numa incompreensível profusão de contra-valores ou, pelo menos, de menores valores, que turva os sentidos e perturba o coração !!!
Por isso, as mais das vezes penso e sinto que, se conseguirmos dar o exemplo ou, pelo menos, algum bom exemplo, alguns ou algum dos que ainda não despertaram para a beleza da Vida testemunhada por Jesus (e por Paulo), possam começar a ver e ouvir e acreditar e, também, testemunhar.
Que se abram todas as portas e que entrem todos e que juntos nos sintamos interiormente acolhidos pelo amor de Jesus.
Olá!?
Feliz noticia?
Ao ler esta mensagem,Evangelizar!Como PAULO dizia viver com Cristo e para Cristo!
Alegro-me dizer vos que em conversa com um casal amigo, aproposito de ir a missa na minha paroquia,eu disse-lhes
que não tenho ido,então porquê? Porque estou a ir a missa há Basílica de Nossa Senhora do Sameiro, e a participar nas leituras,sinto-me muito feliz com e que estou a fazer! Poderá este meu sentimento enquadra-se na palavra Evangelizar?
Mais uma vez obrigado Dº António e até sempre.
Feliz porque estou com Cristo?
Boa tarde,
A ajuda oferece-se, dá-se livremente. Importa saber recebê-la. “Quem tem ouvidos, que ouça”!
Abraço grande,
Abrindo o blog e lendo este texto, para meditar, recordo o aniversário da sagração episcopal de D. António Couto. Gostaria de, agradecendo este dom que Deus nos deu, o retribuir com as mesmas palavras que o nosso bispo – que se nos faz comunicação e relação — nos faz partilhar:
“5. Enche a tua vida com uma grande notícia. Comunica depois essa notícia aos teus amigos. E relata, isto é, põe em relação, une, reúne, enlaça, entrelaça, com essa notícia a tua vida toda.”
Obrigado D. António.
Deus continue a abençoá-lo no seu carisma entregue a este povo peregrino.