Abre esta manhã de dezoito de julho,
E eu levanto os meus olhos para os montes.
É da tua mão, Senhor, que vem o meu auxílio,
Como para as aves do céu a água das fontes.
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Revolve, Senhor, todo o meu entulho,
E torna-me disponível e atento servidor dos meus irmãos.
Olho ao redor e vejo
A figura serena do santo bispo Bartolomeu dos Mártires,
Que tu chamaste de Lisboa para os montes,
Para aí conduzir o teu rebanho.
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Por toda a parte buscou sempre erva fresca e água pura,
E nenhuma ovelha morreu à fome ou de secura.
Ensinou, escreveu, semeou, conciliou, construiu,
Colheu tanto trigo loiro,
Que ainda hoje, mais de quinhentos anos depois do seu nascimento,
Continua aberto na terra o seu celeiro,
E reluzente no céu o seu tesoiro.
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São Bartolomeu dos Mártires, roga por nós!
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António Couto